Segunda-feira... O primeiro turno das eleições acabou, os resultados já são conhecidos. A festa da democracia brasileira encerrou mais um capítulo. Para nós, jornalistas, o assunto do dia ainda são as eleições. É hora de ouvir os eleitos, de avaliar algumas derrotas que surpreenderam. Quem passou o tempo todo de plantão, caso de todos nós aqui da CBN, sente os efeitos do trabalho exaustivo. O corpo reclama. Mas o sentimento é de missão cumprida. Foi prazeroso ancorar mais uma vez a programação da "rádio que toca notícias". Nem preciso falar de nossa equipe. Impressionante o envolvimento de todos. Quando termina, por mais que tenha me empenhado, sinto que não fiz metade do que fizeram nossos repórteres, produtores, comentarista, apoio, operadores técnicos, chefia de redação etc etc. Eles são demais.
Esse domingo, porém, não foi especial apenas pelo trabalho realizado na CBN. Propus na semana passada uma atividade diferente para meus alunos. Deveriam fazer a cobertura das eleições pelo twitter e com reportagens, matérias no site do curso. Lembro que ficaram assustados. Eu via nos olhos deles, durante a aula de terça-feira, que havia muita expectativa, ansiedade e uma certa dose de temor. Mas deu tudo certo.
O nosso site ganhou matérias interessantes. E ainda hoje foram publicadas outras.
O twitter "bombou". Em todos os sentidos. O fluxo de informações, a constância das atualizações resultou em "over". Por volta das 19h, ninguém conseguiu postar absolutamente nada. Ficamos quase uma hora sem o serviço. Com a "volta" do twitter, retornaram as atualizações e, ao final do dia, mais de 450 tweets publicados entre as 8h e 22h20. Um número impressionante. E o melhor, com o envolvimento de duas turmas - do V e VI Semestres de Jornalismo da Faculdade Maringá -, além da colaboração de três acadêmicos do IV Semestre.
Não foi uma cobertura profissional. Claro que não. Vários pequenos erros poderiam ser listados. Entretanto, não acredito que a moçada tenha uma outra oportunidade como essa de exercitar o Jornalismo durante o período acadêmico. Por isso, embora cansativo, o projeto resultou num procedimento pedagógico ousado, sujeito a falhas, mas que proporcionou grande aprendizado.
No papel de educador, sinto-me honrado. Pelo resultado, pela repercussão, pelo aprendizado, pelo envolvimento e, principalmente, pela capacidade desses jovens nos surpreenderem. Educação para mim é um pouco isso: ousar sempre, aceitar o erro, persistir e acreditar que o ensino vale a pena.